Se são inteligentes, quem educa as inteligências artificiais?
A cada dia que passa, as inteligências artificiais(IA) se mostram mais rápidas e competentes para realizar ações que sozinhos realizaríamos em um período muito maior. Mas, por trás de todo esse desenvolvimento das máquinas, estão milhões de trabalhadores que as “ensinam” a enxergar o mundo real, fornecendo dados em diversos formatos.
Esses trabalhadores, chamados de turkers ou microtrabalhadores, recrutados de países em desenvolvimento, por empresas de tecnologia com sedes em países desenvolvidos. Assim, realizam tarefas repetitivas por horas para alimentar as IAs e as fazerem mais inteligentes, enquanto são pagos em centavos de dólar. Confira mais informações a seguir.
O que é um turker?
A expressão turker, utilizada para identificar esses trabalhadores, faz alusão a um robô alemão chamado Turco, que no século 18 jogava xadrez, mas dentro abrigava um competidor profissional.
Desse modo, o microtrabalho desempenhado por esses turkers é um modelo de serviço repetitivo, que divide um projeto em tarefas básicas, feitas diversas vezes por muitas pessoas ao mesmo tempo.
O que e quem está por trás das máquinas?
Bruno Moreschi, coordenador da Grupo de Arte e Inteligência Artificial (Gaia) do Inova-USP, disse em entrevista ao Tilt Uol, que a ideia das máquinas superinteligentes e automatizadas e do que pensamos sobre inteligência artificial, foram feitas com trabalho braçal, por pessoas que nem conhecemos.
Daniela Braga, CEO da Defined.ai, mostra que a maior frequência desse microtrabalho é na área de moderação de conteúdo. Desse modo, os turkers acabam sendo expostos a diversos conteúdos nocivos como violência, abuso e pornografia, o que pode ser emocional e psicologicamente negativo para esses trabalhadores.
Turkers no Brasil
Ainda, Bruno Moreschi fez um levantamento sobre esses microtrabalhadores no Brasil, unindo dados publicados num artigo na revista acadêmica Contraponto de 2020. Assim, de 194 turkers entrevistados, a estimativa foi de que 43% não têm carteira assinada e 66,1% não possui trabalho formal há mais de um ano.
Mercado de trabalho
Contudo, os turkers recebem pouco e vem ganhando pagamentos cada vez mais baixos, no entanto, essa não é a única preocupação desses profissionais. Além disso, também se preocupam com o fato do alto desenvolvimento das IAs, que quanto mais inteligentes ficarem, menos necessitam do trabalho humano para aprenderem.
Por fim, a Universidade de Brasília estima que até 2026, 54% do trabalho formal no Brasil pode ser substituído por robôs ou inteligências artificiais.
Imagem: Stokkete / shutterstock.com
A cada dia que passa, as inteligências artificiais(IA) se mostram mais rápidas e competentes para realizar ações que sozinhos realizaríamos em um período muito maior. Mas, por trás de todo esse desenvolvimento das máquinas, estão milhões de trabalhadores que as “ensinam” a enxergar o mundo real, fornecendo dados em diversos formatos.
Esses trabalhadores, chamados de turkers ou microtrabalhadores, recrutados de países em desenvolvimento, por empresas de tecnologia com sedes em países desenvolvidos. Assim, realizam tarefas repetitivas por horas para alimentar as IAs e as fazerem mais inteligentes, enquanto são pagos em centavos de dólar. Confira mais informações a seguir.
O que é um turker?
A expressão turker, utilizada para identificar esses trabalhadores, faz alusão a um robô alemão chamado Turco, que no século 18 jogava xadrez, mas dentro abrigava um competidor profissional.
Desse modo, o microtrabalho desempenhado por esses turkers é um modelo de serviço repetitivo, que divide um projeto em tarefas básicas, feitas diversas vezes por muitas pessoas ao mesmo tempo.
O que e quem está por trás das máquinas?
Bruno Moreschi, coordenador da Grupo de Arte e Inteligência Artificial (Gaia) do Inova-USP, disse em entrevista ao Tilt Uol, que a ideia das máquinas superinteligentes e automatizadas e do que pensamos sobre inteligência artificial, foram feitas com trabalho braçal, por pessoas que nem conhecemos.
Daniela Braga, CEO da Defined.ai, mostra que a maior frequência desse microtrabalho é na área de moderação de conteúdo. Desse modo, os turkers acabam sendo expostos a diversos conteúdos nocivos como violência, abuso e pornografia, o que pode ser emocional e psicologicamente negativo para esses trabalhadores.
Turkers no Brasil
Ainda, Bruno Moreschi fez um levantamento sobre esses microtrabalhadores no Brasil, unindo dados publicados num artigo na revista acadêmica Contraponto de 2020. Assim, de 194 turkers entrevistados, a estimativa foi de que 43% não têm carteira assinada e 66,1% não possui trabalho formal há mais de um ano.
Mercado de trabalho
Contudo, os turkers recebem pouco e vem ganhando pagamentos cada vez mais baixos, no entanto, essa não é a única preocupação desses profissionais. Além disso, também se preocupam com o fato do alto desenvolvimento das IAs, que quanto mais inteligentes ficarem, menos necessitam do trabalho humano para aprenderem.
Por fim, a Universidade de Brasília estima que até 2026, 54% do trabalho formal no Brasil pode ser substituído por robôs ou inteligências artificiais.
Imagem: Stokkete / shutterstock.com
Fonte: seucreditodigital.com.br